A paixão pela corrida após os 40 anos
- Pablo Mingoti
- 30 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Com o esporte, Eliza descobriu uma confiança que nem sabia que tinha, voltou a dançar depois de 10 anos parada e viajou para o outro lado do mundo sozinha

No ano em que completaria 40 anos, a chapecoense moradora de Florianópolis, Eliza Portella, resolveu deixar o sedentarismo para trás e começou a praticar corrida. Tudo começou após uma viagem em que ela ganhou alguns quilos extras e dentre as determinações de início de ano, Eliza escreveu que naquele ano correria 5km. "Então comecei a caminhar, depois correr sozinha, em junho procurei ajuda da minha atual assessoria e tudo mudou. Naquele mesmo ano ao invés de completar 5km como planejado, fiz minha primeira meia maratona", relembra.
Eliza Portella, 44 anos, é formada em Letras e Administração, pós graduada no Ensino de Língua Estrangeira, pós graduanda em Gestão de pessoas e atualmente é gerente de contas em um banco. A paixão pela atividade física iniciou no ano em que completaria 40 anos e desde então dedica boa parte da sua vida ao esporte, à dança e também às mídias sociais, por influência da própria corrida. A paixão pelo esporte foi tão intensa que atualmente ela cursa Educação Física.

"Descobrir-se mais forte, ágil, rápida e disposta aos 40 anos era algo impensado até então. Dar conta da rotina de trabalho e jornada em casa com uma filha já ocupava muito tempo e energia. Mas a corrida veio para me mostrar que eu podia, que eu posso qualquer coisa que eu realmente queira", conta.
A partir daí vieram os cuidados com a alimentação, a disciplina, o fortalecimento do corpo e também da mente para estar forte diante de uma competição, resiliência quando os resultados não saem como esperado, um eterno recomeçar a cada semana que a planilha chega. Eliza conta que descobriu uma confiança que nem sabia que tinha, voltou a dançar depois de 10 anos parada e viajou para o outro lado do mundo sozinha. "Penso que não há mais limites entre o que posso sonhar e o que consigo realizar", diz com entusiasmo.

Quando participou da primeira prova, a atleta ficou em primeiro lugar na categoria o que a motivou a treinar mais com leituras sobre corridas e orientações do treinador. Aos poucos os resultados foram aparecendo, tanto que em 2017 Eliza subiu no pódio geral, correndo em Chapecó. Ela também conquistou o pódio nos 5km na maratona de Floripa 2017. Em 2019, antes da pandemia se dedicou ao Circuito Corridas do Bem Sesi, ganhando 5 das 6 etapas e completou a meia maratona de Buenos Aires. Para esse ano, Eliza pretendia fazer algumas provas mais longas e maiores, mas a pandemia acabou mudando os planos.
E a atleta tem uma rotina bem organizada de treinos, todos os dias, alternando corrida, treinos de força e bike. "Como tenho uma filha e trabalho 8 horas por dia, tudo é cronometrado. Procuro treinar logo pela manhã, mas nos dias em que minha filha está comigo acabo modificando os horários e encaixando treinos à noite", explica. Desde que começou na corrida, ela tem acompanhamento do coach Rodrigo Baltazar, da assessoria Newpace aqui de Florianópolis. "Sempre digo que ninguém alcança resultados sozinho, e no caso de uma atividade física ter acompanhamento de um profissional é fundamental, destaca.

Em 2020, ela pretendia fazer algumas meias maratonas. Em março, Eliza estava em Paris para a meia maratona, mas foi cancelada horas antes do evento por conta da pandemia. Em outubro, a atleta vai realizar a primeira maratona com alguns amigos da equipe. E ela também tem tentado resgatar algumas parcerias que se foram durante a pandemia.
Para Eliza, idade é só um número e ela conta que muitas pessoas se espantam com os resultados dela por ter começado a praticar após os 40 anos. "Mas o que eu acredito verdadeiramente é que tudo o que nos determinarmos a fazer com verdade, com toda a certeza do nosso coração, seja o que for, sem desculpas, nós podemos, nós damos conta. Claro que não é fácil, nunca foi nada fácil, há todos os dias vários leões para enfrentar, acordar cedo, cuidar da casa, dar conta do trabalho, filhos, um corpo que não tem mais 20 anos, tempo cronometrado para os treinos, pressão emocional, pressão social, eu sei de tudo isso, mas a maior força nós já carregamos dentro de nós mesmas", conclui.
Para ela, todas podem buscar o melhor de si mesmas, em qualquer tempo, com qualquer idade e Eliza conta que adora quando mandam mensagens pedindo dicas, relatando as dificuldades ou apenas dando apoio.
Saiba Mais
Para seguir as dicas de Eliza, basta acompanhar ela no Instagram.
Comments